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Precisamos falar de Gilmore Girls

  • Flavia Stella Pupo Sad Cândido
  • 1 de dez. de 2016
  • 5 min de leitura

Vou inaugurar o blog falando de algo que eu amo muito: SÉRIES. Pode-se dizer que sou seriemaníaca, falou a palavrinha mágica e eu já estou lá pesquisando e querendo saber tudo. Não é a toa que tenho uma lista de mais de 40 séries das quais assisto ou já assisti. E dentre todas elas, esta uma que ficou pra sempre no meu coração: Gilmore Girls.

A série foi exibida entre os anos de 2000 e 2007, mas eu só fui assistir em 2010, por causa de uma indicação de uma amiga (Obrigada, Melzita). E confesso que assisti as 7 temporadas em menos de 2 meses. Seis anos depois e a grande revelação: Netflix vai fazer uma nova temporada de 4 episódios. Coração acelera e ansiedade está a mil pra matar as saudades de Rory, Lorelai e todo esse elenco fantástico que conquistou meu coração.

CUIDADO, SPOILER A PARTIR DAQUI.

Tempo vai, tempo vem e a Netflix realmente lançou no último dia 25 um revival de 4 episódios que se baseiam nas 4 estações do ano, começando com Inverno onde vem narrar 4 meses após a morte de Richard (o ator Edward Herrmann veio a falecer no último dia do ano de 2014, aos 71 anos, devido a um câncer no cérebro) e terminando com Outono, uma das estações mais bonitas nos EUA.

Os primeiros dez minutos já nos transportam para dez anos atrás mas sem perder o seu momento atual. Durante todos episódios somos lembrados de que os anos realmente se passaram, já que mesmo para uma cidade pacata como Star Hollow temos o Uber, Airbnb, Linkedin, wi-fi, food trucks, trigger warnings. Não faltam referências que possam nos atualizar e lembrar de que o momento vivido na série também é de 2016. Mas algumas coisas nunca mudam: a cidade continua a mesma, Lorelai e Rory continuam vivendo momentos dificeis nas suas vidas e as relações de mãe e filha se mantêm, tanto de Lorelai com Emily como de Rory com Lorelai.



A vida de Rory que mudou e muito, agora ela tem 32 anos e precisa lidar com a fase adulta. Sua carreira de jornalista não decolou, apesar de bons textos e artigos publicados, inclusive na "New Yorker" e ela se sente mais perdida do que nunca profissionalmente. Rolou até uma identificação (HAHAHA) e achei bem propícia pro momento atual, já que não é tão fácil assim conseguir entrar no mercado de trabalho, por melhor que você seja. Os seus dilemas amorosos continuam e a química entre a personagem e Logan se mantem, assim como a cumplicidade e amizade de Rory com Jess.

Aliás, preciso ressaltar o quanto foi genial a ideia que Jess deu sobre ela escrever um livro sobre a relação com sua mãe. E mais uma vez faz com que a gente reflita sobre como estamos resolvemos nossos problemas, as vezes a solução está debaixo dos nossos olhos e não conseguimos enxergar. O maior erro talvez seja o suposto namorado Paul que aparece muito pouco e não acrescenta nada na história, acredito que se ele não existisse não faria diferença. Era pra ser engraçado, mas só foi desnecessário.



Lorelai continua ótima: engraçada, com as melhores piadas de toda a série, independente e ao mesmo tempo perdida e confusa. Está com Luke, o dono da dinner (lanchonete onde a maioria das integrações dos personagens se desenrola) e continua tendo os conflitos com sua mãe. Muitos vão dizer que tal situação é horrível para uma personagem de 50 anos, mas eu acho que são esses conflitos que fazem a série tão fantástica. Traz uma reflexão sobre as relações entre mãe e filha, que mesmo com tantas diferenças, o amor sempre fala mais alto.

E por falar em Emily Gilmore, que particularmente é uma das personagens mais interessantes da série, afinal ela traz toda a questão sobre a mulher do século passado: "esposa" fiel, que dedica sua vida aos filhos, marido e a vida social organizada. Com a morte de Richard, acontece uma reviravolta no personagem e na maneira como ela vê toda sua vida, podemos dizer que ela dá uma surtada e muda totalmente. E vai ser feliz, muito feliz. Em todo esse contexto, acho que falharam apenas em incluir uma família sem pé nem cabeça, falando uma língua que nem a própria Emily entende, colocando a sua vida toda mais de pernas pro ar do que estava.


Agora pra mim, continuam sendo as personagens que mais me divertem: Sookie e Paris. Apesar dos boatos de que Melissa McCarthy não iria participar desse revival, parece que deu tudo certo, mesmo sendo uma participação tão curta. Paris continua agressiva, determinada, ambiciosa e sem nenhum traço de insegurança. Já Sookie continua com seu perfeccionismo, bom-humor e sua fidelidade com Lorelai.

Além disso, é importante ressaltar no quanto a posição social e a condição financeira da família Gilmore é o ponto crucial de todo enredo. Afinal, por mais que Lorelai fosse a pessoa mais independente possível, ela precisou recorrer a família e pedir ajuda e, é a partir dai que toda trama acontece. É um fato tão importante que assim como nas 7 temporadas, Amy Sherman-Palladino faz questão de ressaltar esse fato no revival, fazendo com que Lorelai peça mais um empréstimo a sua mãe e Emily mais uma vez, concede com mais uma condição.Nesse momento fica claro em como o dinheiro, seja talvez, uma das únicas coisas que as mantêm próximas. O que acaba sendo um tanto irônico.

Gilmore Girls nunca foi uma série perfeita, mas sempre muito querida pelo público. Algumas pessoas se identificam por causa da relação entre mãe e filha, aoutros por causa de personagens tão fortes e na maioria das vezes femininas como Lorelai: a mãe solteira, de família rica que quer ser independente mesmo com uma filha nos braços aos 16 anos. Já muitas pessoas amam a série por não apresentar exageros nem tragédias para atrair audiência, mesmo com alguns problemas de ritmo, você continua assistindo porque se importa com aqueles personagens.

Por fim, o final dos 4 episódios deixam um gostinho de quero mais e uma certeza: ainda precisamos falar e contar mais sobre Gilmore Girls. A história se repete? Pode ser contada de outra maneira ou ela acaba por aqui? A declaração de Amy ao The Hollywood Repórter sobre um possível futuro da série podem trazer esperanças aos fãs. Ela afirmou:"Nós tínhamos uma jornada muito específica em nossas mentes e conseguimos completá-la. Então, essa era a peça que queríamos fazer. Agora essa questão do futuro... isso foi jogado para o universo. O que tiver de ser, será!"

Contamos com você, Netflix. Queremos BIS HAHAHA.















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© 2016 por Flavia Pupo - Depois dos 30.

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